quinta-feira, 19 de fevereiro de 2015

Avaliação de História 9º.

Nome: ____________________________ nº: _____.

A Era dos Extremos (1914-1991): o breve século XX.



Guia espiritual da nossa avaliação: Eric Hobsbawm  (Alexandria, então Sultanato do Egito, 9 de junho de 1917 - Londres, 1 de outubro de 2012). Rendemos uma singela homenagem ao velho historiador.


1 - Leia com muita atenção os fragmentos do texto do historiador Eric Hobsbawm sobre a Era dos Impérios (1875-1914) e responda as questões propostas:


Enquanto apenas alguns observadores civis compreendiam o caráter catastrófico da futura guerra, governos que não o entendiam se lançaram entusiasticamente à corrida para se equipar com os armamentos cuja nova tecnologia o propiciaria. A tecnologia da morte, já em processo de industrialização em meados do século [...], avançou notavelmente nos anos 1880, não apenas devido a uma verdadeira revolução na rapidez e no poder de fogo das armas pequenas e da artilharia, mas também através das transformações dos navios de guerra por meio dos motores-turbina, de uma blindagem protetora mais eficaz e da capacidade de carregar muito mais armas [...].
Uma consequência óbvia foi que os preparativos para a guerra se tornaram muito mais caros, especialmente porque os Estados competiam uns com os outros para manter a primeira posição ou ao menos para não cair para a última.[...].
Mas uma consequência igualmente óbvia, embora muitas vezes deixada de lado, foi que eles fizeram da morte em prol de várias pátrias um subproduto da indústria em grande escala [...] A simbiose entre guerra e produção de guerra transformou inevitável as relações entre governo e indústria [...]. E, reciprocamente, o Estado se tornou essencial para certos setores da indústria, pois quem, senão o governo constitui a clientela dos armamentos? [...] E mais, o que os governos precisavam não era tanto da produção real de armas, mas de produzi-las numa escala compatível com uma época de guerra, se fosse o caso [...].
Assim, de uma forma ou de outra, os Estados eram obrigados a garantir a existência de poderosas indústrias nacionais de armamentos, e arcar com boa parte do custo de seu desenvolvimento técnico e a fazer que permanecessem rentáveis.
[...]
Uma firma alemã, especializada na fabricação de metralhadoras, conseguiu inserir uma nota no jornal Le Figaro para que o governo francês planejasse duplicar seu números de metralhadoras. Como consequência, o governo alemão fez uma encomenda de 40 milhões de marcos de tais armas em 1908-1910 [...]. Uma firma britânica, argumentando que seu governo subestimara de modo grave o programa de rearmamento da marinha alemã, beneficiou-se com 250.000 libras esterlinas por cada encouraçado encomendado pelo governo britânico o que duplicou sua construção naval.[...]
Contudo, a guerra mundial não pode ser explicada como uma conspiração de fabricantes de armas. [...] a Europa não foi à guerra devido à corrida armamentista como tal, mas devido a situação internacional que lançou as nações nessa competição.
(HOBSBAWM, Eric J. A Era dos Impérios. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1988, pp. 424-7.)

a) A partir da leitura sobre The Age of Empire do Hobsbawm, elabore uma explicação histórica sobre algumas das causas da Grande Guerra que se desenvolveram no período da Paz Armada, priorizando as relações entre o II Reich com a República Francesa e o Império Britânico.

http://professoraclara.com.br/I-Guerra-Mundial acessado em 10/10/2012 às 17:42.

Para facilitar os seus estudos sobre a PRIMEIRA GUERRA MUNDIAL (1914-1918) acesse os dois links abaixo (acessados em 04/10/2012 às 17:00):



2 - As memórias de Elias Canetti apontam para um aspecto fundamental da vida daqueles que viveram o período imediatamente posterior ao fim da 'Grande Guerra'. A partir da leitura do fragmento da obra desse grande escritor, vencedor do prêmio Nobel de literatura de 1981, responda as questões propostas:

 “Passeávamos [eu e minha mãe] […] pois eu queria mostrar-lhe algo na vitrina da livraria […]. Então veio ao nosso encontro um grupo de oficiais franceses em seus uniformes vistosos. Alguns deles tinham dificuldade para caminhar, os outros se adaptavam aos passos daqueles; paramos para deixá-los passar vagarosamente. ‘Foram gravemente feridos’, disse minha mãe, ‘estão na Suíça para se restabelecerem. Foram trocados por alemães.’ E já vinha do outro lado um grupo de alemães, também entre eles alguns usando muletas, e os outros retardando o passo por causa deles. Lembro-me, ainda, como o medo me paralisou. O que acontecerá agora? Eles se lançarão uns contra os outros? Em   nossa perplexidade não nos desviamos a tempo, e de repente estávamos envolvidos pelos dois grupos que queriam passar. Estávamos sob as arcadas e havia espaço suficiente, mas vimos seus rostos bem de perto, ao darem passagem uns aos outros. Nenhum rosto estava desfigurado pelo ódio ou pela raiva, como eu temia. Eles se olharam calma e amistosamente, como se nada estivesse acontecendo. Alguns se saudaram. Eles andavam muito mais devagar do que as outras pessoas, o que me pareceu uma eternidade. Um dos franceses ainda se virou, agitou sua muleta no ar e gritou para os alemães, que já haviam passado: ‘Salut!’. Um dos alemães, que o havia ouvido, imitou-o, também ele abanando uma muleta, e retribuiu a saudação em francês: ‘Salut!’. Alguém poderá pensar, ao ouvir este relato, que as muletas foram sacudidas ameaçadoramen-te, mas de forma alguma foi este o caso; eles, como saudação, mostraram um ao outro o que lhes sobrara em comum: muletas. Minha mãe havia subido na calçada e, parada diante da vitrina, me dava as costas. Vi que ela tremia; aproximando-me dela, olhei-a de esguelha; ela estava chorando. Fingimos que olhávamos a vitrina; eu não disse uma palavra. Quando ela se controlou, voltamos para casa, em silêncio. Nunca falamos daquele encontro.

CANETTI, Elias. A Língua Absolvida: História de uma Juventude. São Paulo: Companhia das Letras, 1987. pp. 191-192.

a) Qual foi a causa de tanto temor sentido pelo jovem Elias e sua mãe? Como você reagiria frente a uma situação com tamanha carga emocional?
b) Por que o jovem Elias ficou surpreso com a reação dos militares envolvidos no episódio rememorado no seu livro? Explique o significado simbólico das muletas nas lembranças do escritor.

Imagem 1: http://thisrecording.com/today/2010/10/13/in-which-he-would-like-to-be-made-of-fog-so-no-one-could-fin.html. Acessada em 23/09/2012 às 14:17.

3 -Após realizar uma leitura atenta do fragmento do discurso de Vladimir Ilich Ulianov (Lenin) responda as questões propostas:

"Caros camaradas, soldados, marinheiros e trabalhadores, tenho o prazer de congratulá-los pela vitória da revolução russa, saudá-los como a vanguarda do exército proletário internacional. (...) A guerra do banditismo imperialista é o começo da guerra civil na Europa. (...) Não tarda a hora em que, atendendo ao chamado de nosso camarada Karl Liebknecht, o povo apontará suas armas para os exploradores capitalistas. (...) Na Alemanha, tudo já está fermentando! Não hoje, mas amanhã, qualquer dia, pode ocorrer o colapso geral do capitalismo europeu. A revolução russa que vocês realizaram deu o golpe inicial e inaugurou uma nova era (...) Viva a Revolução Social Internacional!"

"Acusam-me frequentemente de ter feito a nossa revolução com o dinheiro alemão. Mas, em contrapartida, é com dinheiro russo que vou desencadear a mesma revolução na Alemanha".






a) Elabore uma hipótese histórica plausível para que capitalistas do II Reich tenham ajudado a financiar a revolução bolchevique na Rússia.
b) A partir da leitura dos fragmentos dos discursos de Lenin qual poderia ser o efeito colateral para a Alemanha? Debata elementos dos discursos e das imagens que reforcem seus argumentos. 

Para facilitar os seus estudos sobre a REVOLUÇÃO RUSSA (1917) acesse os dois links abaixo (acessados em 02/10/2012 às 22:17):





4 - A narrativa abaixo faz uma reflexão sobre as marcas deixadas pela Primeira Guerra Mundial na população francesa do período entre-guerras (1919-1939). Leia com atenção as considerações do historiador Gérard Vincent e responda as questões propostas logo a seguir:

A "Grande Guerra", contemporânea da Revolução Russa, inaugura uma nova era na história da humanidade. A insegurança do futuro e do emprego, a que estavam sujeitas as classes populares, se apodera da burguesia. Depois de anos "batendo na mesma tecla", a incredulidade se generalizou. É uma guerra recontada, repisada, ensinada às crianças dentro de casa. Não existem famílias sem viúvas, orfãos, grandes mutilados, entre os quais os mais impressionantes são os "queixos quebrados". À mesa, rememoram-se os Dardanelos, Verdum, as "atrocidades dos boches", celebram-se os heróis, execram-se os que não foram mobilizados, os aproveitadores da guerra, os "novos ricos". Nega-se acolhida aos que ficaram "escondidos" nas horas de sofrimento. Os antigos combatentes do mesmo regimento se reúnem periodicamente em jantares onde evocam as lembranças de guera, essas histórias de homens. Muitos foram os que ficaram definitivamente alquebrados por esses anos de horror, incapazes de se readaptar a uma vida civil que, alguns anos depois, sofrerá o abalo da Grande Depressão. Para uma unidade que "descia" de Verdum, bastava a metade dos caminhões que tinham sido necessários para a ida. É a lembrança indelével que entretém as insônias e alimenta os pesadelos. E logo fica claro que esta não foi a última guerra. Em 1923, há o golpe de Munique; a partir do final de 1929, há a "resistível ascensão" de Hitler. Ela é irresistível. As famílias francesas se sentem presas como por tenazes: a lembrança das atrocidades da guerra, o medo da sua provável retomada. Daí resulta uma espécie de apatia. O Nazismo prospera: restabelecimento do serviço militar, remilitarização da área renana, o Anschluss, Munique... e não se faz nada. os antigos combatentes são, em sua maioria, pacifistas: "Nunca mais". Os mortos da Grande Guerra, se for permitido dizê-lo, constituíam a nata. Eram, em sua maioria, homens entre 18 e 32 anos, os mesmos que, se tivessem sobrevivido, iriam ocupar no entreguerras os cargos de responsabilidade de onde poderiam organizar a resposta aos desafios econômicos lançados pela "crise" a uma economia que, se antes de 1914 estava cambaleante, foi arruinada pela guerra. Nunca se insistirá demais na tristeza dos anos 30, quando um povo inteiro, obcecado pela lembrança dos massacres recém-vividos, se retraiu numa espera que iria desembocar no holocausto.
VINCENT, Gerard. Uma história do segredo? In: PROUST, Antoine. História da vida privada: da Primeira Guerra aos nossos dias. São Paulo: Companhia das letras, 1995, v. 5, p.212-213.


a) A partir da leitura da narrativa acima, escolha as passagens do texto que melhor caracterizam as imagens o logo abaixo:

I - 

II - 
III-

IV - 

V - 

VI - 




b) Segundo Gérard Vincent, de que maneira a Primeira Guerra Mundial igualou burguesia e camadas populares?

c) Retire do texto exemplos das marcas físicas, emocionais, econômicas e familiares deixadas na geração de franceses contemporâneos da Grande Guerra? Lembrem-se que nós discutimos por que a Primeira Guerra mundial ficou conhecida como A Grande Guerra [o Wagner foi a testemunha mais importante dessa passagem].

d) A guerra foi nociva para todas as pessoas? Justifique sua resposta com base no texto.

e) Cite um exemplo de camaradagem e outro de hostilidade gerados pela guerra.


Para facilitar os seus estudos sobre o PERÍODO ENTREGUERRAS acesse os dois links abaixo (acessados em 02/10/2012 às 22:21):




5 - Leia a seguir trechos de Minha luta, escrito por Adolf Hitler, entre 1923-1924, e de O fascismo, escrito por Benito Mussolini, em 1935. em seguida responda as questões propostas:

Nosso povo alemão, hoje esfacelado, jazendo entregue, sem defesa, aos pontapés do resto do mundo, tem precisamente necessidade da força, que a confiança em si proporciona. todo sistema de educação e de cultura deve visar a dar às crianças de nosso povo a convicção de que são superiores aos outros povos. [...] O direito ao solo e à terra pode tornar-se dever quando um grande povo parece destinado à ruína por falta de extensão territorial. Especialmente quando não se trata de qualquer populaçãozinha negra, mas da Alemanha, mãe da vida, mãe de toda civilização atual.
A Alemanha tem todas as oportunidades de arrebatar a Ucrânia à Rússia soviética porque o comunismo é dirigido pelos judeus: ora a longo prazo, o judeu não saberia conservar o Estado potente; ele não é um elemento organizado, não passa de um fermento em decomposição. O fim do domínio judeus sobre a Rússia será também o  fim da Rússia como Estado. Fomos eleitos pelo destino para  assistir a uma catástrofe que constituirá a prova mais sólida  da exatidão das teorias racistas no tocante às raças humanas."
HITLER, Adolf. Minha luta. ln: Coletânea de documentas  históricos para o 1º grau 5ª a 8ª séries. São Paulo, SE/Cenp, 1981, p. 94.


O fascismo não crê nem na possibilidade, nem na utilidade de uma paz perpétua. Só a guerra leva ao máximo de tensão todas as energias humanas e marca com um sinal de nobreza os povos que tem a coragem de afrontá-la. Para nós, fascistas, a vida é um combate contínuo e incessante. O fascismo não é apenas legislador e fundador de instituições: é também educador. Deseja refazer o homem, o caráter, a fé. [...] O princípio essencial da doutrina fascista é a concepção de Estado. Tudo no Estado, nada contra o Estado, nada fora do Estado. O indivídou está subordinado às necessidades do Estado e, à medida que a civilização assume formas cada vez mais complexas, a liberdade do indivíduo se restringe cada vez mais. Nós representamos um princípio novo no mundo, representamos a antítese nítida, categórica, definitiva da democracia, da plutocracia, da monarquia, de todo o mundo de imorais princípios de 1789.
MUSSOLINI, Benito. O Fascismoln: Coletânea de documentas  históricos para o 1º grau 5ª a 8ª séries. São Paulo, SE/Cenp, 1981, p. 93.

a) Que importância e função Hitler e Mussolini concedem à educação?

b)Que papel ambos atribuem à violência, à guerra e ao expansionismo?

c) De acordo com o texto de Mussoline, que papel o fascismo reserva ao Estado e ao indivíduo?

d) Explique a expressão "imorais princípios de 1789", no texto de Mussolini, e sua relação com a democracia clássica.

e) Identifique, no texto de Hitler, as passagens nas quais ficam evidentes preconceitos raciais, culturais e políticos.

6 - A charge a seguir (extraída de PEDRO, Antonio. A Segunda Guerra Mundial. São Paulo/Campinas: Atual/Unicamp, 1986, p. 14) retrata de forma crítica a assinatura, em 23 de agosto de 1939, de um pacto de não-agressão.

a) identifique os personagens do desenho e os países que respectivamente representam.

b) Relacione esse pacto à deflagração da Segunda Guerra Mundial.



Para facilitar os seus estudos sobre a SEGUNDA GUERRA MUNDIAL (1939-1945) acesse os dois links abaixo (acessados em 02/10/2012 às 22:26):


7 - 

"Asa Heshel lia o jornal; campos de concentração, câmaras de tortura, prisões, execuções. Diariamente chegavam da Alemanha levas de judeus expatriados. Na Espanha, continuavam a liquidar os legalistas. Na Etiópia, os fascistas assassinavam os nativos. Na Manchúria, os japoneses matavam os chineses. Na Rússia soviética, continuavam os expurgos. A Inglaterra tentava ainda chegar a um entendimento com Hitler. Entretanto emitia um Livro Branco sobre a Palestina, proibindo a venda de terras aos judeus. Os poloneses começavam, finalmente, a perceber que Hitler era seu inimigo; a imprensa alemã fazia campanha de ódio declarado contra a Polônia. Mas no Sejm (parlamento) polonês os deputados ainda tinham tempo para discutir longamente as minúcias dos rituais judaicos para o abate do gado." SINGER, Isaac Bashevis, A família Moskat. Rio de Janeiro, Francisco Alves, 1982, p. 474-475. O trecho do romance de Bashevis Singer oferece um panorama sobre a situação do mundo às vésperas da Segunda Guerra Mundial.

"[...] Até setembro de 1944, não existiam crianças em Auschwitz: eram todas mortas a gás na chegada. Depois dessa data, começaram a chegar famílias inteiras de poloneses: todos eles foram tatuados, inclusive os recém-nascidos[...]" (LEVI, Primo. Os afogados e os sobreviventes. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1990. p. 71 e 72).





8 - Se possível clique sobre o link abaixo e tenha acesso a uma breve narrativa sobre a origem da bomba atômica. Depois de ler a história e refletir sobre as pistas apontadas pelo Snoppy, procure estabelecer uma relação entre os lançamentos da bombas de Hiroshima e Nagasaki e o avanço soviético sobre o leste europeu, observado no final da Segunda Guerra Mundial.

http://www2.uol.com.br/historiaviva/multimidia/de_onde_veio____a_bomba_atomica.html
Acessado dia 23/09/2012 às 22:50.


Pistas apontadas pelo Snoppy para responder a número 5.





Para os norte-americanos, a decisão de usar as armas nucleares foi descrita em termos puramente humanitários e militares. Nas palavras do então secretário da Guerra, Henry L. Stimson, os artefatos foram usados "a fim de terminar com a guerra no menor prazo possível e evitar as enormes perdas de vidas humanas que, de outra forma, teríamos de enfrentar".
Provavelmente, se os Estados Unidos tivessem sido derrotados na guerra, o general Leslei Groves, responsável pelo projeto que criou a nova arma, o coronel-aviador Paul Tibbetts, comandante do avião Enola Gay que lançou a bomba e os físicos chefiados por Oppenheimer, certamente seriam julgados por crimes contra a humanidade

No início de agosto, a vitória americana no Pacífico já estava clara. Era apenas uma questão de tempo, até a rendição do Japão; o governo dos EUA justificou-se, alegando que essa era a forma mais rápida de encerrar, de uma vez por todas a guerra.
A primeira bomba atômica explodiu na cidade japonesa de Hiroxima. Três dias depois, outra cidade japonesa, Nagasaki, conheceu o poder da bomba atômica.
A bomba atômica, lançada sobre a cidade de Hiroxima em 1945, foi um dos fatores que desencadeou, nos anos seguintes à Guerra Fria.

“Este é o maior evento da história” (do presidente norteamericano H. Truman, ao ser informado do lançamento da bomba atômica sobre Hiroshima). Era importante que a bomba atômica fosse um sucesso. Havia-se gastado tanto para construí-la. Todas as pessoas interessadas experimentaram um alívio enorme quando a bomba foi lançada (do alto oficial cujo nome em código era Manhattan District Project).


Aventuras na História

Franklin Roosevelt, Churchill, Stálin: Os três grandes

01/08/2003 00h00
Durante a Segunda Guerra Mundial, os líderes de Grã-Bretanha, Estados Unidos e Unão Soviética tiveram nas mãos o destino de milhões de pessoas. Aliados contra a Alemanha nazista, esses homens de origens tão distintas se encontraram em Teerã (1943), Ialta e Potsdam (1945) para redesenhar as fronteiras de uma nova Europa. O mundo nunca mais seria o mesmo
Poucas vezes na história três estadistas de origem tão diversa e passado político tão distinto estiveram reunidos para decidir sobre o destino de tanta gente. Somente uma guerra sem precedentes poderia unir aqueles três homens, que representavam coisas tão contrárias, ao redor de uma mesma mesa de negociações. Pelos Estados Unidos, lá estava Franklin Roosevelt, com 61 anos, filho predileto de um clã político poderoso que havia mais de meio século mantinha estreitos vínculos com o poder (seu tio Theodore Roosevelt também fora presidente). Em nome do Império Britânico, o primeiro-ministro Winston Churchill, 69 anos, orgulhoso de seus antepassados aristocráticos, entre eles Lord Malborough, célebre capitão-de-armas do século 18. Na outra ponta, o general Joseph Stálin, líder soviético, 64 anos,filho de um sapateiro da Geórgia.
Roosevelt era um entusiasta da democracia e do capitalismo, Churchill sentia-se a própria personificação dos interesses universais do Império Britânico, enquanto o todo-poderoso Stálin era o arauto da revolução proletária e da luta anticolonialista, subversões que vinham abalando o mundo desde 1917. Um deles, o inglês, lutava para manter um império, enquanto os outros dois lançavam-se para ampliar seus próprios domínios.
[...]
A reunião de Potsdam foi mais longa do que as outras. A situação de paz na Europa permitiu que os Três Grandes pudessem detalhar com mais precisão as decisões. Afinal, tiveram 16 dias para isso, só voltando para casa a partir de 2 de agosto. Ninguém soube dizer se a expressão inalterada de Stálin, quando Truman falou-lhe da bomba atômica, deveu-se a ele já saber do artefato nuclear ou se não se deu conta da potencialidade daquilo. Seja como for, a posse daquela terrível arma deu a Truman, um homem apagado, o degrau necessário para fazer dele um gigante, pronto para enfrentar os soviéticos em escala planetária.

Avaliação de História - 7º.


Nome: _________________________________ nº:_____

Fragmentos da vida colonial  no Brasil.

1 - Para responder às questões, leia com atenção a citação abaixo do jesuíta André Antonil, escrita por volta dos anos 1710.

A SEDE INSACIÁVEL DO OURO estimulou a tantos deixarem suas terras e a meterem-se por caminhos  tão ásperos como são os das minas, que dificultosamente se  poderá dar conta do número das pessoas que  atualmente lá estão.Contudo, os que assistiram nela nestes últimos anos por largo tempo, e as correram todas, dizem que mais de trinta mil almas se ocupam, umas a catar, e outras a mandar catar nos ribeiros do ouro, e outras a negociar, vendendo e comprando o que se há mister não só para a vida, mas para o regalo, mais que nos portos do mar.
Cada ano, vêm nas frotas quantidade de portugueses e de estrangeiros, para passarem às minas. Das cidades, vilas, recôncavos e sertões do Brasil, vão brancos, pardos e pretos, e muitos índios, de que os paulistas se servem. A mistura é de toda a condição de pessoas: homens e mulheres, moços e velhos, pobres e ricos, nobres e plebeus, seculares e clérigos, e religiosos de diversos institutos,muitos dos quais não têm no Brasil convento nem casa.
Sobre esta gente, quanto ao temporal, não  houve até o presente coação ou governo algum bem ordenado, e apenas se guardam algumas leis, que pertencem às datas e repartições dos ribeiros. No mais, não há ministros nem justiças que tratem ou possam tratar do castigo dos crimes, que não são poucos, principalmente dos homicídios e furtos. Quanto ao espiritual, havendo até agora dúvidas entre os prelados acerca da jurisdição, os mandados de uma e outra parte, ou como curas, ou como visitadores, se acharam bastantemente embaraçados, e não pouco embaraçaram a outros, que não acabam de saber a que pastor pertencem aqueles novos rebanhos. E, quando se averigúe o direito do provimento dos párocos, pouco hão de ser temidos e respeitados naquelas freguesias móveis de um lugar para outro, como os filhos de Israel no deserto.


ANTONIL, André João. Cultura e opulência do Brasil. 3ª ed. Belo Horizonte : Itatiaia/Edusp, 1982, p.167-168 (Coleção Reconquista do Brasil).



a) De acordo com Antonil, como ocorreu o povoamento na região mineradora? Quem para lá se dirigiu?

b) Ainda segundo o jesuíta italiano, qual foi o papel da autoridade local ou metropolitana nesse processo inicial de povoamento e extração aurífera?


2 - Não há retratos conhecidos do alferes Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes, que tenham sido feitos enquanto ele estava vivo. A pintura abaixo foi produzida por Pedro Américo em 1893. Analise-a e responda a questão proposta:



 Ficheiro:Tiradentes Esquartejado (Pedro Américo, 1893).jpg
Acessado em 20/09/2012 às 13:40.

a) A tela de Pedro Américo, elaborada em pleno período de consolidação da jovem República brasileira, tem uma função política. Elabore hipóteses sobre a mensagem política que o pintor quis transmitir nessa tela.


3 - Como já foi afirmado anteriormente, na aula no laboratório de informática (o Wagner foi a testemunha mais importante) e, na sala de vídeo, quando assistimos  o episódio do Fantástico sobre a História do Tiradentes, com Pedro Bial e Eduardo Bueno que, em 1792, ano em que Tiradentes foi enforcado, não havia sido criada ainda a fotografia. Também não sabemos de nenhum pintor que tenha registrado o rosto do mais popular dos inconfidentes. Assim, as imagens que hoje conhecemos dele foram produzidas posteriormente. O Quadro abaixo, Tiradentes, de Décio Villares (1851-1931), foi pintado em 1928. Depois de analisá-lo, responda as questôes:



Acessado em 20/09/2012 às 14:34.


a) Que aspectos da figura de Tiradentes o aproxima das imagens que representam Jesus Cristo?

4 - No final do século XVI, na Bahia, Guiomar de Oliveira denunciou Antônia Nóbrega à Inquisição. Segundo o depoimento, esta lhe dava “uns pós não sabe de quê, e outros pós de osso de finado, os quais pós ela confessante deu a beber em vinho ao dito seu marido para ser seu amigo e serem bem-casados, e que todas estas coisas fez tendo-lhe dito a dita Antônia e ensinado que eram coisas diabólicas e que os diabos lha ensinaram”. ARAÚJO, E. O teatro dos víciosTransgressão e transigência na sociedade urbana colonial. Brasília: UnB/José Olympio, 1997.


a) A partir dos nossos estudos sobre Religiosidade e feitiçaria no Brasil colonial, elabore uma explicação histórica para a forma como as autoridades religiosas portuguesas interpretariam a citada denúncia acima?


5 - Clique sobre o link abaixo e você terá acesso a uma breve narrativa sobre a origem do Candomblé no Brasil. Depois de fazer uma leitura elabore uma explicação histórica sobre o seguinte aspecto: As origens do sincretismo observado no  Candomblé e sua relação com o preconceito sofrido pelos afrodescendentes desde o período colonial brasileiro.


http://www2.uol.com.br/historiaviva/multimidia/de_onde_veio____o_candomble.html

O Cerco da Lapa e a formação do imaginário republicano no Brasil.

O CERCO DA LAPA E A FORMAÇÃO DO IMAGINÁRIO REPUBLICANO NO BRASIL

1) Trecho do Livro Triste Fim de Policarpo Quaresma

A revolta já tinha mais de quatro meses de vida e as vantagens do governo eram problemáticas. No sul, a insurreição chegava às portas de São de Paulo, e só a Lapa resistia tenazmente, uma das poucas páginas dignas e limpas de todo aquele enxurro de paixões.  A pequena cidade tinha dentro de suas trincheiras o Coronel Gomes Carneiro, uma energia, uma vontade, verdadeiramente isso, porque era sereno, confiante e justo. Não se desmanchou em violências de apavorado e soube tornar verdade a grande frase grandiloquente: resistir até a morte.

Para a maioria das pessoas tais palavras podem parecer um tanto ingênuas. Mas Lima Barreto, autor do livro  Triste Fim de Policarpo Quaresma, era de uma geração que pretendia reconstruir a identidade nacional brasileira. E aparentemente, eles acreditavam que a História do Cerco da Lapa e a biografia do militar Antônio Ernesto Gomes Carneiro, poderiam contribuir de maneira única na formação das futuras gerações.

Porém, quando estamos lendo algo sobre o Cerco da Lapa, devemos ter em mente duas questões:
→ Número 1: Como foi possível o Cerco da Lapa?
→Número 2: Qual a relação entre o Cerco da Lapa e a construção de um imaginário político republicano no Brasil?

2) Proclamação da República no Campo de Santana

Podemos dizer que o Cerco da Lapa foi apenas uma das consequências diretas da Proclamação da República.
Ao comandar a quartelada que derrubou a monarquia, o marechal Deodoro relatou uma lista de arbitrariedades sofridas pelo exército. Ele mesmo havia sido vítima de perseguições quando era presidente da província do Rio Grande do Sul. Nessa época Deodoro acabou se tornando amigo de um tal Júlio de Castilhos e inimigo ferrenho do doutor Silveira Martins.

3) Fabricação do imaginário republicano positivista


Logo após a proclamação iniciou-se uma luta pela fabricação dos principais símbolos da República, afinal os símbolos são importantes para se conquistar corações e mentes.
O grupo com maior arsenal simbólico eram os positivistas. Eles acreditam que a melhor forma de governo é uma ditadura republicana, onde as pessoas que tem uma afinidade maior com o conhecimento científico deverão governar.

4) Tiradentes

Os positivistas criaram a Bandeira Nacional, reabilitaram a figura de Tiradentes como herói nacional e fizeram da mulher a representação da república.

O positivismo era especialmente forte no Rio Grande do Sul, cuja figura mais destacada era Júlio de Castilhos que acabou se tornando, com a proclamação da república, presidente do Estado.

5) Deodoro proclamador da república.

Acontece que Deodoro como presidente da república se mostrou muito autoritário, e para piorar as coisas sua popularidade foi toda corroída pela crise econômica.

6) Navio da Marinha

Para tornar a situação ainda mais explosiva, a Marinha não estava convencida com as conveniências de uma República. A Instituição era considerada por muitos monarquista, durante o Império era considerada uma corporação nobre, e seus oficiais chegavam a receber soldos melhores do que os oficiais do exército.

7) Congresso

Furioso com a aprovação da lei que permitia o impeachment do presidente o Deodoro da Fonseca mandou fechar o Congresso.

8) Custódio de Melo

Era o estopim para a Primeira Revolta da Armada. Custódio de Melo, a bordo do encouraçado Riachuelo, ameaçou bombardear o Rio de Janeiro.
Doente e de cama Deodoro renunciou.

9) Floriano Peixoto

Assumiu o Marechal Floriano Peixoto, que decidiu levar o mandato até o final. No entanto, o seu governo era inconstitucional, o artigo 42 da Constituição de 1891, estabelecia que no caso do presidente eleito não completar a metade do mandato, nova eleição deveria ser convocada.

10) Cavaleiros

Quanto ao Rio Grande do Sul, desde a Proclamação da República o estado era marcado pelo choque frontal entre os aliados de Gaspar Silveira Martins e os partidários de Júlio de Castilhos.

11) Silveira Martins

Silveira Martins, conhecido como o Tribuno, representava os antigos liberais do regime monárquico.
Homem rico, dono de uma oratória agressiva, foi o dono do Rio Grande do Sul por vinte anos.
Após a proclamação da República foi enviado para o exílio.

12) Castilhos

Desde a proclamação da república o Rio Grande do Sul tinha um novo Senhor, era Júlio de Castilhos. Um positivista convicto que se revelara um jornalista ambicioso e brilhante.

Com o retorno de Silveira Martins do exílio o estado se tornou um barril de pólvora.
Após fraudes escandalosas em duas eleições e uma sucessão de assassinatos políticos, Júlio de Castilhos assumiu a presidência do Rio Grande em 25 de janeiro de 1893.
Uma semana depois, em 02 de fevereiro, rebentou a Guerra Civil.

13) Gumercindo

De um lado os federalistas de Silveira Martins, que acabou aglutinando toda a oposição ao governo estadual, especialmente os estancieiros da fronteira, caudilhos blancos como o brasileiro-uruguaio Gumercindo Saraiva.

14) Aparício

Os federalistas também ficaram conhecidos como Maragatos. Por que o primeiro bando que invadiu o Rio Grande do Sul em fevereiro de 1893 veio do Uruguai, de um departamento povoado por espanhóis oriundos de La Maragataria.
Os castilhistas os apelidaram de “Maragatos” insinuando se tratar de um bando de invasores estrangeiros formado por pessoas desordeiras, briguentas e mercenárias.
Com o desenrolar da Revolução Federalista, entretanto, Maragato adquiriu um sentido honroso, de coragem e valor pessoal para os defensores da causa parlamentarista.

Do outro lado do conflito temos os castilhistas que contavam com o apoio de Floriano Peixoto.
Como as tropas federais usavam um uniforme azul e boné vermelho passaram a ser conhecidos como Pica-Paus.
Do lado dos Maragatos, Gumercindo se revelaria o grande estrategista dos insurretos, chegando a ser aclamado o Napoleão dos Pampas.
A Guerra perduraria por 31 meses até agosto de 1895, cobrando, como um sinistro tributo, a vida de pelo menos 10 mil homens, sendo que muitos por degola.
15) Revolta da Armada

O que tornou a revolta de caráter provinciano numa revolta de significado nacional foi a Segunda de Revolta da Armada, que estourou em 6 de setembro de 1893, no Rio de janeiro.
Liderados pelos Almirantes Custódio de Melo e Saldanha da Gama, os rebeldes não conseguiram tomar a capital do país.

Custódio de Melo manteve uma revolta infrutífera na Bahia de Guanabara por um ano e meio. Acabou partindo para o exílio na Europa.

16) Saldanha da Gama

Saldanha da Gama decidiu partir para Santa Catarina invadindo a cidade de Nossa Senhora do Desterro, capital de Santa Catarina, atualmente conhecida como Florianópolis.

17) Ilha de Santa Catarina
Em fins de 1893, em Santa Catarina, os integrantes da Revolta da Armada se uniram aos Maragatos, dando um novo fôlego à revolução federalista.

18) Carneiro
Com medo de que os federalistas avançassem para o norte, Floriano nomeou o Coronel Antônio Ernesto Gomes Carneiro para a defesa da guarnição da cidade paranaense da Lapa.

A Lapa era uma pequena e bucólica cidade do interior, circundada por montanhas e extensas campinas.
Suas ruas largas sem calçamento traziam nomes simples e compreensíveis, como Rua Boa Vista, Rua do Cotovelo ou Rua da Cadeia Velha. As Casas eram na maioria pequenas, baixas e com poucas janelas. Os lapianos dedicavam-se à criação de gado, agricultura e cultivo da erva mate.
Quando no dia 27 de novembro, Gomes Carneiro assumiu o comando da Coluna, as mudanças no cotidiano da cidade já se faziam sentir. Seus moradores tiveram que trocar os arados e enxadas por pistolas, fuzis e canhões. As ruas encheram-se de barricadas e trincheiras.

A Lapa contava então com 1036 soldados.
Os federalistas, que contavam com uma força muito superior aos defensores da cidade, já reuniam forças junto às povoações que circundavam a Lapa como a Roseira, a Margem esquerda do Rio da Várzea e na Água Amarela.
Para a efetivação da resistência foi muito importante o papel desempenhado pelos caboclos que lutaram contra os federalistas. Os caboclos estavam ligados pela gaveta ou pelo paternalismo ao Coronel da Guarda Nacional Joaquim Lacerda.
No dia 14 de dezembro de 1893 Gomes Carneiro recebeu a notícia de que os dois filhos que deixara enfermos na Capital da República haviam falecido.
Alguns dias depois na Ponte do Rio da Várzea as forças florianistas enfrentaram os soldados maragatos.
Os primeiros treze dias do ano de 1894 foram marcados por escaramuças entre Pica-Paus e Maragatos, sendo que lentamente a cidade se via sitiada pelos invasores.
No dia 15 de janeiro Paranaguá já havia sido tomada pelos revoltosos da Marinha.
Havia Luta em Tijucas.
E na Lapa os conspiradores simpatizantes a causa federalista, colocavam em marcha um trabalho de intrigas, boatos e informações às forças invasoras.

A luta era de todos. Até as mulheres com suas crianças se recusavam a abandonarem seus maridos e filhos que lutavam nos batalhões, e não partiram de trem para longe do conflito.

Curitiba havia sido tomada pelos federalistas.
Desde o fim de janeiro se intensificava o bombardeio à cidade da Lapa.
De três pontos do monge, várias bocas de fogo disparavam sobre a cidade. Ainda assim os parlamentares federalistas eram recebidos à bala por ordem do Coronel Gomes Carneiro.
No dia 22 de janeiro mais de dois mil Maragatos tomaram sucessivamente a estrada de ferro, o cemitério e o engenho Lacerda, passando a resistência a ser feita das trincheiras.
Nos dias seguintes só aumentava o número de mortos.
A água e a comida começavam a faltar.
Carneiro esperava receber reforços vindos de São Paulo. Os federalistas chegaram a fingir combater forças vindas do norte-nordeste, embuste não aceito pelos pica-paus.
Entre sitiantes e sitiados havia aproximadamente a distância de 300 metros. Os sitiados já não repousavam mais. Os federalistas passaram aos ataques noturnos.

Os primeiros dias de fevereiro eram anunciados pelo canhão federalista do cemitério que varria a Rua da Boa Vista.
No dia quatro de fevereiro o Cerco estava no perímetro mínimo.

19) Mapa do Cerco
Várias casas haviam ruído e poças de sangue tornavam o ambiente ainda mais assustador. Os mortos eram enterrados no assoalho da Igreja ou em vala comum.

20) Igreja Matriz de Santo Antônio

No dia 07 de fevereiro, próximo a farmácia Westfalen, Gomes Carneiro é atingido por uma bala que lhe atravessou o estomago e o fígado.
O futuro General da República, Patrono da Unidade Nacional, agoniza até o fim da tarde do dia 09.

21) Gomes Carneiro agonizante.

Antônio Ernesto Gomes Carneiro foi enterrado na manhã do dia seguinte na sacristia da igreja matriz.
No mesmo dia 10 o coronel Joaquim Lacerda iniciou a negociação de uma capitulação honrosa com os federalistas, representados pelo General Laurentino Pinto Filho. A ata de capitulação foi assinada no dia 11 de fevereiro. No dia seguinte entram na Lapa os generais Gumercindo e Piragibe  que, de um modo geral, corroboraram com os termos da capitulação.
Porém o que se testemunhou foram os horrores da degola e do saque entre tantos outros crimes cometidos pelos invasores.

22) Degola
Enquanto os Maragatos conquistavam o Paraná e se debatiam longamente no Cerco da Lapa, Floriano Peixoto organizava tropas em São Paulo para contra atacar os federalistas. Ao mesmo tempo conseguiu adquirir e aparelhar, nos Estados Unidos, uma Armada de Guerra.
Gumercindo Saraiva foi derrotado em julho de 1894 em Passo Fundo. Vindo a falecer, depois de ferido em agosto.

O almirante Saldanha da Gama a frente de 400 marujos resistiu até a morte. Era Junho de 1895. Era o fim da Revolução federalista.

24) Detalhe da estátua do General Carneiro

A produção simbólica em torno do Cerco da Lapa e do General Carneiro é bastante ampla, e procura reificar um projeto ideológico essencialmente positivista. A história da cidade da Lapa tem no episódio do Cerco o seu marco miliário. Na busca pela conquista do imaginário social instituiu-se o 9 de fevereiro como feriado municipal, criou-se o ‘panteon dos heroes’, erigiu-se a estatua e praça em homenagem ao General Carneiro que ainda é homenageado pelo nome de um dos mais importantes colégios da cidade.
Fora da cidade, General Carneiro é nome de municípios, ruas, avenidas e batalhões.
Afinal segundo a máxima positivista:
“Os vivos são sempre e cada vez mais governados pelos mortos”

25) Panteon dos Heroes