quinta-feira, 19 de fevereiro de 2015

Avaliação de História 9º.

Nome: ____________________________ nº: _____.

A Era dos Extremos (1914-1991): o breve século XX.



Guia espiritual da nossa avaliação: Eric Hobsbawm  (Alexandria, então Sultanato do Egito, 9 de junho de 1917 - Londres, 1 de outubro de 2012). Rendemos uma singela homenagem ao velho historiador.


1 - Leia com muita atenção os fragmentos do texto do historiador Eric Hobsbawm sobre a Era dos Impérios (1875-1914) e responda as questões propostas:


Enquanto apenas alguns observadores civis compreendiam o caráter catastrófico da futura guerra, governos que não o entendiam se lançaram entusiasticamente à corrida para se equipar com os armamentos cuja nova tecnologia o propiciaria. A tecnologia da morte, já em processo de industrialização em meados do século [...], avançou notavelmente nos anos 1880, não apenas devido a uma verdadeira revolução na rapidez e no poder de fogo das armas pequenas e da artilharia, mas também através das transformações dos navios de guerra por meio dos motores-turbina, de uma blindagem protetora mais eficaz e da capacidade de carregar muito mais armas [...].
Uma consequência óbvia foi que os preparativos para a guerra se tornaram muito mais caros, especialmente porque os Estados competiam uns com os outros para manter a primeira posição ou ao menos para não cair para a última.[...].
Mas uma consequência igualmente óbvia, embora muitas vezes deixada de lado, foi que eles fizeram da morte em prol de várias pátrias um subproduto da indústria em grande escala [...] A simbiose entre guerra e produção de guerra transformou inevitável as relações entre governo e indústria [...]. E, reciprocamente, o Estado se tornou essencial para certos setores da indústria, pois quem, senão o governo constitui a clientela dos armamentos? [...] E mais, o que os governos precisavam não era tanto da produção real de armas, mas de produzi-las numa escala compatível com uma época de guerra, se fosse o caso [...].
Assim, de uma forma ou de outra, os Estados eram obrigados a garantir a existência de poderosas indústrias nacionais de armamentos, e arcar com boa parte do custo de seu desenvolvimento técnico e a fazer que permanecessem rentáveis.
[...]
Uma firma alemã, especializada na fabricação de metralhadoras, conseguiu inserir uma nota no jornal Le Figaro para que o governo francês planejasse duplicar seu números de metralhadoras. Como consequência, o governo alemão fez uma encomenda de 40 milhões de marcos de tais armas em 1908-1910 [...]. Uma firma britânica, argumentando que seu governo subestimara de modo grave o programa de rearmamento da marinha alemã, beneficiou-se com 250.000 libras esterlinas por cada encouraçado encomendado pelo governo britânico o que duplicou sua construção naval.[...]
Contudo, a guerra mundial não pode ser explicada como uma conspiração de fabricantes de armas. [...] a Europa não foi à guerra devido à corrida armamentista como tal, mas devido a situação internacional que lançou as nações nessa competição.
(HOBSBAWM, Eric J. A Era dos Impérios. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1988, pp. 424-7.)

a) A partir da leitura sobre The Age of Empire do Hobsbawm, elabore uma explicação histórica sobre algumas das causas da Grande Guerra que se desenvolveram no período da Paz Armada, priorizando as relações entre o II Reich com a República Francesa e o Império Britânico.

http://professoraclara.com.br/I-Guerra-Mundial acessado em 10/10/2012 às 17:42.

Para facilitar os seus estudos sobre a PRIMEIRA GUERRA MUNDIAL (1914-1918) acesse os dois links abaixo (acessados em 04/10/2012 às 17:00):



2 - As memórias de Elias Canetti apontam para um aspecto fundamental da vida daqueles que viveram o período imediatamente posterior ao fim da 'Grande Guerra'. A partir da leitura do fragmento da obra desse grande escritor, vencedor do prêmio Nobel de literatura de 1981, responda as questões propostas:

 “Passeávamos [eu e minha mãe] […] pois eu queria mostrar-lhe algo na vitrina da livraria […]. Então veio ao nosso encontro um grupo de oficiais franceses em seus uniformes vistosos. Alguns deles tinham dificuldade para caminhar, os outros se adaptavam aos passos daqueles; paramos para deixá-los passar vagarosamente. ‘Foram gravemente feridos’, disse minha mãe, ‘estão na Suíça para se restabelecerem. Foram trocados por alemães.’ E já vinha do outro lado um grupo de alemães, também entre eles alguns usando muletas, e os outros retardando o passo por causa deles. Lembro-me, ainda, como o medo me paralisou. O que acontecerá agora? Eles se lançarão uns contra os outros? Em   nossa perplexidade não nos desviamos a tempo, e de repente estávamos envolvidos pelos dois grupos que queriam passar. Estávamos sob as arcadas e havia espaço suficiente, mas vimos seus rostos bem de perto, ao darem passagem uns aos outros. Nenhum rosto estava desfigurado pelo ódio ou pela raiva, como eu temia. Eles se olharam calma e amistosamente, como se nada estivesse acontecendo. Alguns se saudaram. Eles andavam muito mais devagar do que as outras pessoas, o que me pareceu uma eternidade. Um dos franceses ainda se virou, agitou sua muleta no ar e gritou para os alemães, que já haviam passado: ‘Salut!’. Um dos alemães, que o havia ouvido, imitou-o, também ele abanando uma muleta, e retribuiu a saudação em francês: ‘Salut!’. Alguém poderá pensar, ao ouvir este relato, que as muletas foram sacudidas ameaçadoramen-te, mas de forma alguma foi este o caso; eles, como saudação, mostraram um ao outro o que lhes sobrara em comum: muletas. Minha mãe havia subido na calçada e, parada diante da vitrina, me dava as costas. Vi que ela tremia; aproximando-me dela, olhei-a de esguelha; ela estava chorando. Fingimos que olhávamos a vitrina; eu não disse uma palavra. Quando ela se controlou, voltamos para casa, em silêncio. Nunca falamos daquele encontro.

CANETTI, Elias. A Língua Absolvida: História de uma Juventude. São Paulo: Companhia das Letras, 1987. pp. 191-192.

a) Qual foi a causa de tanto temor sentido pelo jovem Elias e sua mãe? Como você reagiria frente a uma situação com tamanha carga emocional?
b) Por que o jovem Elias ficou surpreso com a reação dos militares envolvidos no episódio rememorado no seu livro? Explique o significado simbólico das muletas nas lembranças do escritor.

Imagem 1: http://thisrecording.com/today/2010/10/13/in-which-he-would-like-to-be-made-of-fog-so-no-one-could-fin.html. Acessada em 23/09/2012 às 14:17.

3 -Após realizar uma leitura atenta do fragmento do discurso de Vladimir Ilich Ulianov (Lenin) responda as questões propostas:

"Caros camaradas, soldados, marinheiros e trabalhadores, tenho o prazer de congratulá-los pela vitória da revolução russa, saudá-los como a vanguarda do exército proletário internacional. (...) A guerra do banditismo imperialista é o começo da guerra civil na Europa. (...) Não tarda a hora em que, atendendo ao chamado de nosso camarada Karl Liebknecht, o povo apontará suas armas para os exploradores capitalistas. (...) Na Alemanha, tudo já está fermentando! Não hoje, mas amanhã, qualquer dia, pode ocorrer o colapso geral do capitalismo europeu. A revolução russa que vocês realizaram deu o golpe inicial e inaugurou uma nova era (...) Viva a Revolução Social Internacional!"

"Acusam-me frequentemente de ter feito a nossa revolução com o dinheiro alemão. Mas, em contrapartida, é com dinheiro russo que vou desencadear a mesma revolução na Alemanha".






a) Elabore uma hipótese histórica plausível para que capitalistas do II Reich tenham ajudado a financiar a revolução bolchevique na Rússia.
b) A partir da leitura dos fragmentos dos discursos de Lenin qual poderia ser o efeito colateral para a Alemanha? Debata elementos dos discursos e das imagens que reforcem seus argumentos. 

Para facilitar os seus estudos sobre a REVOLUÇÃO RUSSA (1917) acesse os dois links abaixo (acessados em 02/10/2012 às 22:17):





4 - A narrativa abaixo faz uma reflexão sobre as marcas deixadas pela Primeira Guerra Mundial na população francesa do período entre-guerras (1919-1939). Leia com atenção as considerações do historiador Gérard Vincent e responda as questões propostas logo a seguir:

A "Grande Guerra", contemporânea da Revolução Russa, inaugura uma nova era na história da humanidade. A insegurança do futuro e do emprego, a que estavam sujeitas as classes populares, se apodera da burguesia. Depois de anos "batendo na mesma tecla", a incredulidade se generalizou. É uma guerra recontada, repisada, ensinada às crianças dentro de casa. Não existem famílias sem viúvas, orfãos, grandes mutilados, entre os quais os mais impressionantes são os "queixos quebrados". À mesa, rememoram-se os Dardanelos, Verdum, as "atrocidades dos boches", celebram-se os heróis, execram-se os que não foram mobilizados, os aproveitadores da guerra, os "novos ricos". Nega-se acolhida aos que ficaram "escondidos" nas horas de sofrimento. Os antigos combatentes do mesmo regimento se reúnem periodicamente em jantares onde evocam as lembranças de guera, essas histórias de homens. Muitos foram os que ficaram definitivamente alquebrados por esses anos de horror, incapazes de se readaptar a uma vida civil que, alguns anos depois, sofrerá o abalo da Grande Depressão. Para uma unidade que "descia" de Verdum, bastava a metade dos caminhões que tinham sido necessários para a ida. É a lembrança indelével que entretém as insônias e alimenta os pesadelos. E logo fica claro que esta não foi a última guerra. Em 1923, há o golpe de Munique; a partir do final de 1929, há a "resistível ascensão" de Hitler. Ela é irresistível. As famílias francesas se sentem presas como por tenazes: a lembrança das atrocidades da guerra, o medo da sua provável retomada. Daí resulta uma espécie de apatia. O Nazismo prospera: restabelecimento do serviço militar, remilitarização da área renana, o Anschluss, Munique... e não se faz nada. os antigos combatentes são, em sua maioria, pacifistas: "Nunca mais". Os mortos da Grande Guerra, se for permitido dizê-lo, constituíam a nata. Eram, em sua maioria, homens entre 18 e 32 anos, os mesmos que, se tivessem sobrevivido, iriam ocupar no entreguerras os cargos de responsabilidade de onde poderiam organizar a resposta aos desafios econômicos lançados pela "crise" a uma economia que, se antes de 1914 estava cambaleante, foi arruinada pela guerra. Nunca se insistirá demais na tristeza dos anos 30, quando um povo inteiro, obcecado pela lembrança dos massacres recém-vividos, se retraiu numa espera que iria desembocar no holocausto.
VINCENT, Gerard. Uma história do segredo? In: PROUST, Antoine. História da vida privada: da Primeira Guerra aos nossos dias. São Paulo: Companhia das letras, 1995, v. 5, p.212-213.


a) A partir da leitura da narrativa acima, escolha as passagens do texto que melhor caracterizam as imagens o logo abaixo:

I - 

II - 
III-

IV - 

V - 

VI - 




b) Segundo Gérard Vincent, de que maneira a Primeira Guerra Mundial igualou burguesia e camadas populares?

c) Retire do texto exemplos das marcas físicas, emocionais, econômicas e familiares deixadas na geração de franceses contemporâneos da Grande Guerra? Lembrem-se que nós discutimos por que a Primeira Guerra mundial ficou conhecida como A Grande Guerra [o Wagner foi a testemunha mais importante dessa passagem].

d) A guerra foi nociva para todas as pessoas? Justifique sua resposta com base no texto.

e) Cite um exemplo de camaradagem e outro de hostilidade gerados pela guerra.


Para facilitar os seus estudos sobre o PERÍODO ENTREGUERRAS acesse os dois links abaixo (acessados em 02/10/2012 às 22:21):




5 - Leia a seguir trechos de Minha luta, escrito por Adolf Hitler, entre 1923-1924, e de O fascismo, escrito por Benito Mussolini, em 1935. em seguida responda as questões propostas:

Nosso povo alemão, hoje esfacelado, jazendo entregue, sem defesa, aos pontapés do resto do mundo, tem precisamente necessidade da força, que a confiança em si proporciona. todo sistema de educação e de cultura deve visar a dar às crianças de nosso povo a convicção de que são superiores aos outros povos. [...] O direito ao solo e à terra pode tornar-se dever quando um grande povo parece destinado à ruína por falta de extensão territorial. Especialmente quando não se trata de qualquer populaçãozinha negra, mas da Alemanha, mãe da vida, mãe de toda civilização atual.
A Alemanha tem todas as oportunidades de arrebatar a Ucrânia à Rússia soviética porque o comunismo é dirigido pelos judeus: ora a longo prazo, o judeu não saberia conservar o Estado potente; ele não é um elemento organizado, não passa de um fermento em decomposição. O fim do domínio judeus sobre a Rússia será também o  fim da Rússia como Estado. Fomos eleitos pelo destino para  assistir a uma catástrofe que constituirá a prova mais sólida  da exatidão das teorias racistas no tocante às raças humanas."
HITLER, Adolf. Minha luta. ln: Coletânea de documentas  históricos para o 1º grau 5ª a 8ª séries. São Paulo, SE/Cenp, 1981, p. 94.


O fascismo não crê nem na possibilidade, nem na utilidade de uma paz perpétua. Só a guerra leva ao máximo de tensão todas as energias humanas e marca com um sinal de nobreza os povos que tem a coragem de afrontá-la. Para nós, fascistas, a vida é um combate contínuo e incessante. O fascismo não é apenas legislador e fundador de instituições: é também educador. Deseja refazer o homem, o caráter, a fé. [...] O princípio essencial da doutrina fascista é a concepção de Estado. Tudo no Estado, nada contra o Estado, nada fora do Estado. O indivídou está subordinado às necessidades do Estado e, à medida que a civilização assume formas cada vez mais complexas, a liberdade do indivíduo se restringe cada vez mais. Nós representamos um princípio novo no mundo, representamos a antítese nítida, categórica, definitiva da democracia, da plutocracia, da monarquia, de todo o mundo de imorais princípios de 1789.
MUSSOLINI, Benito. O Fascismoln: Coletânea de documentas  históricos para o 1º grau 5ª a 8ª séries. São Paulo, SE/Cenp, 1981, p. 93.

a) Que importância e função Hitler e Mussolini concedem à educação?

b)Que papel ambos atribuem à violência, à guerra e ao expansionismo?

c) De acordo com o texto de Mussoline, que papel o fascismo reserva ao Estado e ao indivíduo?

d) Explique a expressão "imorais princípios de 1789", no texto de Mussolini, e sua relação com a democracia clássica.

e) Identifique, no texto de Hitler, as passagens nas quais ficam evidentes preconceitos raciais, culturais e políticos.

6 - A charge a seguir (extraída de PEDRO, Antonio. A Segunda Guerra Mundial. São Paulo/Campinas: Atual/Unicamp, 1986, p. 14) retrata de forma crítica a assinatura, em 23 de agosto de 1939, de um pacto de não-agressão.

a) identifique os personagens do desenho e os países que respectivamente representam.

b) Relacione esse pacto à deflagração da Segunda Guerra Mundial.



Para facilitar os seus estudos sobre a SEGUNDA GUERRA MUNDIAL (1939-1945) acesse os dois links abaixo (acessados em 02/10/2012 às 22:26):


7 - 

"Asa Heshel lia o jornal; campos de concentração, câmaras de tortura, prisões, execuções. Diariamente chegavam da Alemanha levas de judeus expatriados. Na Espanha, continuavam a liquidar os legalistas. Na Etiópia, os fascistas assassinavam os nativos. Na Manchúria, os japoneses matavam os chineses. Na Rússia soviética, continuavam os expurgos. A Inglaterra tentava ainda chegar a um entendimento com Hitler. Entretanto emitia um Livro Branco sobre a Palestina, proibindo a venda de terras aos judeus. Os poloneses começavam, finalmente, a perceber que Hitler era seu inimigo; a imprensa alemã fazia campanha de ódio declarado contra a Polônia. Mas no Sejm (parlamento) polonês os deputados ainda tinham tempo para discutir longamente as minúcias dos rituais judaicos para o abate do gado." SINGER, Isaac Bashevis, A família Moskat. Rio de Janeiro, Francisco Alves, 1982, p. 474-475. O trecho do romance de Bashevis Singer oferece um panorama sobre a situação do mundo às vésperas da Segunda Guerra Mundial.

"[...] Até setembro de 1944, não existiam crianças em Auschwitz: eram todas mortas a gás na chegada. Depois dessa data, começaram a chegar famílias inteiras de poloneses: todos eles foram tatuados, inclusive os recém-nascidos[...]" (LEVI, Primo. Os afogados e os sobreviventes. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1990. p. 71 e 72).





8 - Se possível clique sobre o link abaixo e tenha acesso a uma breve narrativa sobre a origem da bomba atômica. Depois de ler a história e refletir sobre as pistas apontadas pelo Snoppy, procure estabelecer uma relação entre os lançamentos da bombas de Hiroshima e Nagasaki e o avanço soviético sobre o leste europeu, observado no final da Segunda Guerra Mundial.

http://www2.uol.com.br/historiaviva/multimidia/de_onde_veio____a_bomba_atomica.html
Acessado dia 23/09/2012 às 22:50.


Pistas apontadas pelo Snoppy para responder a número 5.





Para os norte-americanos, a decisão de usar as armas nucleares foi descrita em termos puramente humanitários e militares. Nas palavras do então secretário da Guerra, Henry L. Stimson, os artefatos foram usados "a fim de terminar com a guerra no menor prazo possível e evitar as enormes perdas de vidas humanas que, de outra forma, teríamos de enfrentar".
Provavelmente, se os Estados Unidos tivessem sido derrotados na guerra, o general Leslei Groves, responsável pelo projeto que criou a nova arma, o coronel-aviador Paul Tibbetts, comandante do avião Enola Gay que lançou a bomba e os físicos chefiados por Oppenheimer, certamente seriam julgados por crimes contra a humanidade

No início de agosto, a vitória americana no Pacífico já estava clara. Era apenas uma questão de tempo, até a rendição do Japão; o governo dos EUA justificou-se, alegando que essa era a forma mais rápida de encerrar, de uma vez por todas a guerra.
A primeira bomba atômica explodiu na cidade japonesa de Hiroxima. Três dias depois, outra cidade japonesa, Nagasaki, conheceu o poder da bomba atômica.
A bomba atômica, lançada sobre a cidade de Hiroxima em 1945, foi um dos fatores que desencadeou, nos anos seguintes à Guerra Fria.

“Este é o maior evento da história” (do presidente norteamericano H. Truman, ao ser informado do lançamento da bomba atômica sobre Hiroshima). Era importante que a bomba atômica fosse um sucesso. Havia-se gastado tanto para construí-la. Todas as pessoas interessadas experimentaram um alívio enorme quando a bomba foi lançada (do alto oficial cujo nome em código era Manhattan District Project).


Aventuras na História

Franklin Roosevelt, Churchill, Stálin: Os três grandes

01/08/2003 00h00
Durante a Segunda Guerra Mundial, os líderes de Grã-Bretanha, Estados Unidos e Unão Soviética tiveram nas mãos o destino de milhões de pessoas. Aliados contra a Alemanha nazista, esses homens de origens tão distintas se encontraram em Teerã (1943), Ialta e Potsdam (1945) para redesenhar as fronteiras de uma nova Europa. O mundo nunca mais seria o mesmo
Poucas vezes na história três estadistas de origem tão diversa e passado político tão distinto estiveram reunidos para decidir sobre o destino de tanta gente. Somente uma guerra sem precedentes poderia unir aqueles três homens, que representavam coisas tão contrárias, ao redor de uma mesma mesa de negociações. Pelos Estados Unidos, lá estava Franklin Roosevelt, com 61 anos, filho predileto de um clã político poderoso que havia mais de meio século mantinha estreitos vínculos com o poder (seu tio Theodore Roosevelt também fora presidente). Em nome do Império Britânico, o primeiro-ministro Winston Churchill, 69 anos, orgulhoso de seus antepassados aristocráticos, entre eles Lord Malborough, célebre capitão-de-armas do século 18. Na outra ponta, o general Joseph Stálin, líder soviético, 64 anos,filho de um sapateiro da Geórgia.
Roosevelt era um entusiasta da democracia e do capitalismo, Churchill sentia-se a própria personificação dos interesses universais do Império Britânico, enquanto o todo-poderoso Stálin era o arauto da revolução proletária e da luta anticolonialista, subversões que vinham abalando o mundo desde 1917. Um deles, o inglês, lutava para manter um império, enquanto os outros dois lançavam-se para ampliar seus próprios domínios.
[...]
A reunião de Potsdam foi mais longa do que as outras. A situação de paz na Europa permitiu que os Três Grandes pudessem detalhar com mais precisão as decisões. Afinal, tiveram 16 dias para isso, só voltando para casa a partir de 2 de agosto. Ninguém soube dizer se a expressão inalterada de Stálin, quando Truman falou-lhe da bomba atômica, deveu-se a ele já saber do artefato nuclear ou se não se deu conta da potencialidade daquilo. Seja como for, a posse daquela terrível arma deu a Truman, um homem apagado, o degrau necessário para fazer dele um gigante, pronto para enfrentar os soviéticos em escala planetária.

Nenhum comentário:

Postar um comentário